terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Falta de tempo

Olá minha gente!

Venho aqui pedir desculpas a voces pela minha forte ausencia! Estou em pleno final de periodo da UFPB e com 3 textos para serem colocados aqui. Enfim... o pouco tempo que tenho está me consumindo ao cubo!
Espero que voces entendam e em breve atualizarei meu blog!

Obrigada pela compreensão: Jackeline

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O que está havendo com os residentes??


Nos dias 03 a 07 de setembro participei em Natal, na UFRN, do XIII Encontro Norte e Nordeste de Casas de Estudantes. Ao meio de muitas dificuldades, promessas e tal, conseguimos apenas levar 7 pessoas para o encontro, das quais apenas 3 participaram.
Percebi neste encontro uma evasão muito forte do que realmente é ser um residente. Caras novas, pouco empenho, pouco calor e dos mais antigos, muito cansaço, discurso antigo procurando sempre forças para ser colocado para fora. Mas, neste entrelace percebemos que em tudo existe a renovação, seja ela boa ou ruim. O movimento está recebendo uma nova leva de recrutas. Desta forma, bastamos nós também sabermos o modo mais certo de engajá-los nessa luta de todos.
Como depoimento de vivencia de Ennece, digo-lhes com toda sinceridade. Não senti o mesmo fervor de movimento estudantil, de raça, de luta por uma causa universitária e social mais expressiva do que vivi no Ennece em Cruz das Almas na Bahia. E sabe o porque companheiros? Pela simples questão que eu vi a vontade pura dos estudantes em querer realmente mudar um fato. Percebo cada vez mais, o sentimento de casas de estudante em estado hibernativo. Não sei o que está havendo ao certo, mas as pessoas estão se comportando como zumbis a procura apenas de um PIBIC e de correr atrás de um professor bossal, de renome.
Enfim... A titulação principal do encontro foi sobre a atuação dos residentes universitários dentro do seu espaço. Vi a evasão em Natal e estou vendo aqui dentro da minha casa. Não vejo nenhum movimento, não vejo valorizações pelas pessoas que ainda se dispõem em realizar algumas benfeitorias pela casa. Vejo apenas articulação se alguém mexer na sua ferida, na sua comida, no seu quarto e olhe lá!
Fico um tanto decepcionada, confesso! Me irrito quando vejo tanta passividade entre as pessoas, quando o discurso do – Eu não tenho tempo! Fica fixo para qualquer atividade, seja ela a mais simples que for. Infelizmente, estas pessoas ainda não sabem aproveitar de uma forma mais intensa a UNIVERSIDADE e ficam ainda muito presas aos seus cadernos, relatórios, provas e projetos. Eu espero sinceramente que haja uma mudança rápida, que haja uma consciência humana, de valor ao próximo, ao seu espaço e realmente a sua casa, que não se destina diretamente a uma edificação, mas ao mundo, a sua sociedade.

Jackeline Moreira

sábado, 29 de agosto de 2009

Tomara - Vinicius de Moraes


Tomara!

Que você volte depressa

Que você não se despeça

Nunca mais do meu carinho

E chore, se arrependa

E pense muito

Que é melhor se sofrer junto

Que viver feliz sozinho

Tomara

Que a tristeza te convença

Que a saudade não compensa

E que a ausência não dá paz

E o verdadeiro amor de quem se ama

Tece a mesma antiga trama

Que não se desfaz

E a coisa mais divina

Que há no mundo

É viver cada segundo

Como nunca mais...
Vinícius de Moraes

terça-feira, 7 de julho de 2009

Uma visão da cegueira (Livro: Ensaio sobre a cegueira; José Saramago)




Primeiramente, comprei o livro. Pois, sempre acho que as palavras escritas te fazem ter mais liberdade da sua própria criação de cenários. Todavia, nunca desmerecendo o articular das imagens já prontas, dos roteiros visuais. Mas, falo de descrição a fundo, de trabalho psicológico criado por cada um. Em seguida, comprei o filme e prometi apenas assistir quando terminasse de ler o livro.
Para quem tem alguma sensibilidade perante os causos complexos e simples da vida ou para quem sofre de algum distúrbio visual, eu recomendo que leiam este livro. Saramago tem como foco nesta história a forma e descaso que as pessoas tem sobre a grande dádiva que o poder “ver” e no não saber valorizá-la.
As pessoas começam a viver por acomodação, por contagem regressiva perante a sociedade. Mas, devemos também, compreender que isso são frutos de umm sistema voltado ao consumismo, ao pragmatismo, ao deixar de ver o real com os próprios olhos e admitir que seja visto pelos olhos das câmeras de TV. Onde, o povo passa pelas imagens transmitidas e não se dão conta que tais imagens são suas próprias vidas.
Ver não significa tudo. Tem gente que ver, mas não repara. E é neste ponto que Saramago quer chegar, fazer as pessoas refletirem. Olhar para o céu e não apenas enxergar nuvens, ter ouvidos, boca, coração e realmente senti-los diante do que se pode ver ou não ser visto.
Quando a esposa do médico é privilegiada em não ser atingida pela cegueira, ela tem o total poder em verdadeiramente sentir todas as emoções possíveis de forma crua. Ver de forma dura a ganância humana, a traição, a fraqueza, a dor, o medo, a antiespiritualidade, e mesmo assim ainda ver do tamanho de um grão de areia um ponto de luz da esperança.
Só depois de passar por tantas lamentações que levam você a ir no fundo do poço do ser humano, nos damos de conta de que ver não é apenas enxergar.É também, ouvir, fechar os olhos e sentir. Para quem corre o risco de perder a visão, não igual ao livro de Saramago, pois ali é uma obra fictícia, para quem tem olhos para ver o mundo de outra forma, não nos deixemos levar pela superficialidade que a vida pragmática nos condiciona. Entendam! Ela não nos obriga por si só, ela nos condiciona nos transformando em bonecos monitorados pelo abstrato real. O grande problema se engrandece quando isso já está inscrustado em nós. Causando perturbações no nosso ver, na nossa sensibilidade e nos fazendo perder o que podemos ter de mais grato: poder ver de uma forma para dentro.

Jackeline Moreira

sábado, 16 de maio de 2009

Sábado triste


Hoje fora um dia único em João Pessoa. Depois de uma semana toda com muito calor e apenas previsões erradas de chuvas, o sábado acordou de uma forma cinza, chuvosa e tenebrosa. Primeiro saiu para ir numa clínica do SUS que solucione de alguma forma as dores que há tempos venho sentindo. Porém,mais uma vez me deparo com o descaso da saúde pública brasileira. Vejo na minha frente um profissonal decadente, hipocrita e ínfimo. Aquele tipo que não olha pro paciente e não enxerga o tipo de necessidade que ele precisa. Apenas me receita um remedio e ñ me diz nada sobre a minha suposta tendinite e dores no joelho. Saiu do consultorio sombrio revoltada e triste. Com o choro engasgado na garganta,com a revolta retorcendo em ver que sou apenas mais uma nesse sistema e aqueles que estão pra sair de suas Universidades ou lecionam dentro delas são a maioria que ajudam nesta situação fria,falsa e totalmente revoltante.
Contanto,este texto não é para falar apenas de mim. Quando chego em casa,dando tapas no vento,com raiva do médico. Gabriela (minha amiga de quarto) entra dizendo que Seu Paulo está tendo um enfarte. Na mesma hora corro e vou ver o acontecido. Chego no quarto de Dona Socorro e vejo seu Paulo estendido na cama, sem cor de vida. Chamamos imediatamente o Samu. Ligamos 5 vezes pra eles. E mesmo assim houve uma demora de 20 minutos. Neste tempo seu Paulo teve dois enfartes. Enfim, a ambulancia chega e todas nós da residencia ficamos vendo seu Paulo,um querido funcionário da nossa casa, entrar esfalecido no carro. Vimos toda agonia de Dona Socorro, uma mulher apaixonada pelo seu homem,que naquele momento não sabia o que fazer quando viu a possibilidade de perde-lo.
Quando deu meio dia, ouvi algumas meninas chorando. Saí e fui ver o que sucedia. De repente me deparo com a noticia que seu Paulo tinha morrido! Fico atordoada,sem ação. Passo nos quartos comunicando e escutando o choror esguarnecido entre as paredes da residencia. Não conseguimos acreditar como uma pessoa pode ir embora assim, de uma hora pra outra, em seus plenos 45 anos de idade,amando,trabalhando e vivendo. Mais uma vez vi uma pessoa ser vítima do sistema público de saúde brasileiro. Quem sabe se houvesse atendimento médico rápido ele poderia ter sobrevivido.
Enfim, vimos seu Paulo morrer e sentir a dor de ver alguem perder um amor. Perder aquela pessoa especial que para sempre em carne ou espirito não sairá mais da sua vida. Deixo meus grandes sentimentos de solidariedade e compaixão a esse homem que pouco conheci,mas que sempre fora prestativo dentro do seu trabalho,dentro da sua casa, a sua esposa e amigos. Desejo que sua alma seja elevada aos céus e que o seu "final" fique de alguma forma como aprendizado para os outros e exemplo de busca da felicidade e do amor. E desejo de toda minha alma que a felicidade sempre se encontre na vida de Dona Socorro e que fique claro que o amor não foi perdido ou morto. Ele foi apenas estendido para a eternidade.
Força e coragem a dona Socorro e boa viagem a seu Paulo.

Jackeline Moreira

domingo, 10 de maio de 2009

Infinito Particular


“Infinito particular”, conjunção de duas palavras que reflete a imensa sonoridade da vida, do interior de cada um. Podendo refletir as nossas buscas, os nossos medos, as nossas alegrias, a solidão que tenta nos invadir por dentro. Mas, o que desejo nesse momento falar é do fator mais infinito particular que posso conhecer que invade a alma de todo ser dessa vida. Falo do amor, do ser amado, do sentir e ser sentido. Afinal, há algo mais infinito particular do que isso? Já diz Marisa Monte em uma de suas músicas – És o pior e melhor de mim...
Paradoxo difícil de ser explicado e compreendido, quando os obstáculos e preceitos da vida influem. Ficamos na resoluta questão em viver objetivamente, em seguirmos um paradigma como ponto final. Daí eu me pergunto: - Qual é o ponto final? Até onde podemos viver uma vida, sem viver uma outra vida? Até onde nossa expressividade e palco despido (onde não estamos usando máscaras) podem ser colocados para fora? Creio que a resposta é bastante difícil de ser interlocutada. Ainda não sei até onde posso responder. Nem se vivesse 80 anos posso saber por definição.
Porém, sei que seguir de uma forma branca, sem cor, nos tira o gosto e sabor. Viver sem estar à espera, nos tira a rosa que temos dentro de si. Andar sem pensar em dividir, nos tira a solidariedade que carregamos dentro de si. Sonhar e não compartilhar, nos tira a essência que temos dentro de si. Viver sem amar, nos tira a vida que temos dentro de si.
A cada dia que passo, a cada passo que dou, reparo no que falta no caminho da vida. Desprender-se do medo quando ele aparecer, deixar ser levado quando ele aparecer, ouvir a sua palavra quando ele aparecer, sentir o seu toque quando ele aparecer. E ele, não é nada mais do que o simples e infinito particular amor. Sentimento único, indissociável que consegue ser justaposto a outros. Sentimento do qual, nunca quero que esteja longe. Pois, a sua falta transforma a vida em algo vago, seco e indolor.
Jackeline Moreira

sábado, 2 de maio de 2009

Momentos


A vida consegue ser toda preenchida por momentos. De fé, de descrença, de alegria, de tristeza, de amor, de ódio, de carinho, de amargura, de honestidade, de falsidade, de vida, de morte. Enfim... Todos os paradoxos existentes possíveis a englobam. A circundam de forma dinâmica e sempre mutável. De uma forma única e inesperada.
Cada momento se faz único de se sentir. Todo mundo deveria reparar nisso. Se tem olhos que o veja e se o ver que repare. Momentos não são momentos apenas para deixar passar despercebido. São para serem sentidos. São para ser degustados, cheirados, tateados, ouvidos. Mas, ouvidos não apenas com os ouvidos e, sim, com a alma.
Deixemos sempre o tempo passar e consigo a leva de momentos vai junto. Deixemos sempre passar aquele amigo que não vemos há anos porque nunca temos crédito no telefone ou o MSN não está pegando ou apenas estamos fazendo trabalho e não podemos ser incomodados. Atenção virtual é a moda do momento. Deixemos sempre o estar junto com a família, pois ela também começa a ser escanteada pelas circunstancias que a vida nos obriga. Deixemos sempre um amor passar, porque o profissional sempre esteve em primeiro lugar. Deixemos de sermos felizes por vários ângulos, por vários parâmetros porque aspiramos a única coisa do momento: realização profissional. Deixemos de cometer loucuras, porque a normalidade da rotina já incrustou dentro de cada um. Deixemos enfim, de ouvir, de degustar, de tocar, de sorrir, de chorar na frente do seu amigo, de falar Eu te Amo (porque essa palavra pode trazer muito comprometimento), de dizer o quanto você é importante para mim. Finalmente, deixemos de verdadeiramente sentir.
Pergunto-me inúmeras vezes se ninguém repara nisso. Se ver e não enxerga. A luta pela vida de cada um é imposta pelo externo. Pobre de quem não percebeu isso, no quanto sua vida é manipulável. Pena que a produção disso está sendo em série, pena que as pessoas não reparam mais. Devido a isto fico, eu. Sentada, olhando, vendo as coisas acontecerem, tentando falar. Porem, muita gente sem querer escutar. Infelizmente, a corrosão é contínua e se a esperança não me tocar, eu também estarei afetando-me pela falta de viver momentos. Nessa hora que sinto que nada é eterno se não for vivido. (Jackeline Moreira)