sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O que está havendo com os residentes??


Nos dias 03 a 07 de setembro participei em Natal, na UFRN, do XIII Encontro Norte e Nordeste de Casas de Estudantes. Ao meio de muitas dificuldades, promessas e tal, conseguimos apenas levar 7 pessoas para o encontro, das quais apenas 3 participaram.
Percebi neste encontro uma evasão muito forte do que realmente é ser um residente. Caras novas, pouco empenho, pouco calor e dos mais antigos, muito cansaço, discurso antigo procurando sempre forças para ser colocado para fora. Mas, neste entrelace percebemos que em tudo existe a renovação, seja ela boa ou ruim. O movimento está recebendo uma nova leva de recrutas. Desta forma, bastamos nós também sabermos o modo mais certo de engajá-los nessa luta de todos.
Como depoimento de vivencia de Ennece, digo-lhes com toda sinceridade. Não senti o mesmo fervor de movimento estudantil, de raça, de luta por uma causa universitária e social mais expressiva do que vivi no Ennece em Cruz das Almas na Bahia. E sabe o porque companheiros? Pela simples questão que eu vi a vontade pura dos estudantes em querer realmente mudar um fato. Percebo cada vez mais, o sentimento de casas de estudante em estado hibernativo. Não sei o que está havendo ao certo, mas as pessoas estão se comportando como zumbis a procura apenas de um PIBIC e de correr atrás de um professor bossal, de renome.
Enfim... A titulação principal do encontro foi sobre a atuação dos residentes universitários dentro do seu espaço. Vi a evasão em Natal e estou vendo aqui dentro da minha casa. Não vejo nenhum movimento, não vejo valorizações pelas pessoas que ainda se dispõem em realizar algumas benfeitorias pela casa. Vejo apenas articulação se alguém mexer na sua ferida, na sua comida, no seu quarto e olhe lá!
Fico um tanto decepcionada, confesso! Me irrito quando vejo tanta passividade entre as pessoas, quando o discurso do – Eu não tenho tempo! Fica fixo para qualquer atividade, seja ela a mais simples que for. Infelizmente, estas pessoas ainda não sabem aproveitar de uma forma mais intensa a UNIVERSIDADE e ficam ainda muito presas aos seus cadernos, relatórios, provas e projetos. Eu espero sinceramente que haja uma mudança rápida, que haja uma consciência humana, de valor ao próximo, ao seu espaço e realmente a sua casa, que não se destina diretamente a uma edificação, mas ao mundo, a sua sociedade.

Jackeline Moreira